6 de ago. de 2025
O impacto da IA no Direito que ninguém mais pode ignorar
Durante um tempo, a inteligência artificial foi vista no mundo jurídico como algo distante — uma promessa futurista, interessante, mas ainda abstrata. Hoje, essa percepção mudou radicalmente. No Direito, a IA deixou de ser apenas pauta de painéis e eventos para se tornar uma realidade cotidiana nos escritórios e departamentos jurídicos.
Os dados comprovam
Os números mostram que essa transformação está em ritmo acelerado. Em 2022, apenas 15% dos escritórios jurídicos usavam IA em suas rotinas. Já em 2024, esse número saltou para 36%, segundo levantamento da American Bar Association (ABA). Em três anos, o setor mais do que dobrou sua adoção tecnológica, indicando um ponto de virada claro.
Conforme o relatório AI in Legal Departments: 2025 Benchmarking Report, desenvolvido pela SpellBook em parceria com a Counselwell e baseado em entrevistas com 256 profissionais, o uso de IA nos departamentos jurídicos corporativos está cada vez mais consolidado: 38% já aplicam a tecnologia, enquanto 50% estão explorando ou avaliando ativamente sua implementação. Apenas 10% não possuem planos para adotá-la — ou seja, quase 90% já utilizam ou estão se preparando para incorporar IA em seus processos. A tecnologia deixou de ser uma simples tendência para se tornar uma prioridade estratégica.
De curiosidade à vantagem competitiva
Essa rápida adoção não está sendo feita às cegas. A percepção de valor é crescente e concreta. Em 2024, 54% dos profissionais entrevistados pela ABA afirmaram que os principais benefícios da IA estão na economia de tempo e aumento da eficiência — um salto notável em relação aos 26% de 2022. Funções como revisão de documentos, análise preditiva de risco, automação de tarefas repetitivas e chatbots jurídicos para atendimento ao cliente estão ganhando espaço, não só para reduzir custos, mas para ampliar capacidade estratégica.
A IA, nesse novo contexto, não substitui o advogado — amplia seu impacto. E esse impacto já está remodelando a estrutura do trabalho jurídico.
A virada de chave: 2025 será o ano da integração plena da IA no Direito
Segundo o relatório AI for In-House Legal 2025 Predictions, da Deloitte, o setor está prestes a entrar em uma nova fase: a transição da experimentação para a implementação em larga escala da IA, especialmente da generativa. A expectativa não é apenas fazer mais rápido, mas gerar valor real e mensurável, com a IA atuando na prevenção de riscos, melhoria de negociações (como M&As) e impulsionamento de receitas.
Além disso, haverá uma tendência de internalização de serviços jurídicos, como tradução legal e elaboração de contratos, trazendo mais controle e economia. Essa mudança exigirá a integração da IA aos fluxos de trabalho existentes, e com ela, uma nova demanda por habilidades até então secundárias: engenharia de prompt, domínio de ferramentas como Google Gemini e Microsoft Co-Pilot, fluência em dados e pensamento em design de processos.
Adaptar-se, nesse cenário, não é mais um diferencial — é condição para a longevidade profissional.
A nova configuração do Direito com IA
Mas a mudança não se limita às ferramentas. Ela alcança a própria identidade do profissional jurídico. O relatório da Deloitte reforça que estamos vendo o surgimento de uma nova configuração de equipes jurídicas, com colaboração estreita entre advogados e especialistas em operações jurídicas.
Esses profissionais — voltados para eficiência, dados, tecnologia e automação — terão papel central na integração bem-sucedida da IA. O que antes era visto como um conjunto de habilidades desejáveis agora se torna um conjunto de competências inegociáveis: design de processos, uso estratégico de IA, gestão de mudanças, domínio tecnológico e análise de dados. O jurídico do futuro será, essencialmente, mais técnico, mais colaborativo e mais adaptável.
Do medo à adaptação
Dados do relatório AI Index 2025, da Ipsos, revelam que 60% das pessoas acreditam que a IA mudará a forma como trabalham nos próximos cinco anos. No entanto, a maioria não teme ser substituída, e sim transformada. O medo da obsolescência vem sendo substituído pela consciência da reinvenção.
Já em relação à substituição completa de funções pela IA, o sentimento é mais cauteloso: 36% acham provável ou muito provável que suas funções sejam substituídas, enquanto 56% consideram essa hipótese improvável ou até impossível. Esse contraste revela algo interessante: a preocupação não está tanto em perder o emprego, mas em como ele será transformado. Isso reforça ainda mais a importância de se adaptar e aprender continuamente — não por medo da substituição, mas para permanecer relevante em um cenário de profundas mudanças tecnológicas.
IA no Direito não é mais sobre o futuro — é sobre estar pronto agora
A jornada da IA no Direito não é mais um experimento, é uma revolução em curso. Escritórios e departamentos estão não só adotando tecnologia — estão reconstruindo sua cultura, seus fluxos e sua proposta de valor. O jurídico está saindo da retaguarda operacional para se tornar um parceiro estratégico de negócio — e a IA é o catalisador dessa mudança.
O profissional do direito que quiser permanecer relevante precisará ir além do domínio técnico do Direito. Terá que dominar tecnologia, processos e pessoas com a mesma competência com que domina jurisprudência.
O futuro do Direito
O futuro do Direito será híbrido, colaborativo e orientado por dados. E mais do que perguntar se a IA vai substituir o advogado, o verdadeiro desafio é outro: você está pronto para trabalhar lado a lado com ela?
O profissional que souber incorporar as inovações da inteligência artificial no setor jurídico em sua rotina não apenas sobreviverá, mas prosperará, elevando a eficiência e a qualidade dos serviços. O futuro da advocacia já é agora, e ele é inegavelmente impulsionado pela IA no Direito.
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