Como a IA revoluciona a pesquisa de jurisprudência

A advocacia está em plena evolução. Se antes o valor de um profissional era medido pela quantidade de horas debruçadas sobre livros, hoje o diferencial competitivo reside na agilidade estratégica e na precisão da informação. Estamos vivendo uma mudança de paradigma onde a tecnologia não substitui o advogado, mas amplia suas capacidades intelectuais.

O uso da Inteligência Artificial (IA) por profissionais do direito está crescendo exponencialmente. De acordo com o Relatório de IA Generativa em Serviços Profissionais de 2025 da Thomson Reuters Institute, 26% dos profissionais já utilizam IA generativa em suas rotinas de trabalho - um salto significativo em relação aos 14% registrados em 2024.

Essa adesão responde a uma dor concreta da prática jurídica: o tempo excessivo gasto em tarefas manuais. É justamente nesse ponto que a IA começa a transformar a rotina do advogado.

O custo invisível da pesquisa jurídica

O maior ativo de um escritório de advocacia é o tempo de seus advogados. Ainda assim, a pesquisa tradicional de jurisprudência segue sendo um dos principais gargalos de produtividade.

Encontrar o precedente ideal costuma ser como procurar a peça que falta em um quebra-cabeça. O advogado sabe que aquela decisão provavelmente existe e que pode sustentar sua tese, mas o caminho até ela é fragmentado e frustrante.

Os sistemas de busca dos tribunais exigem um verdadeiro malabarismo de palavras-chave. Pequenas variações nos termos, filtros ou datas podem significar resultados excessivos — ou nenhum resultado relevante. O advogado testa sinônimos, ajusta expressões, muda instâncias e órgãos julgadores, lendo dezenas de acórdãos até encontrar algo útil.

Enquanto isso, o relógio corre. O prazo se aproxima. A energia mental que deveria estar dedicada à estratégia jurídica é consumida por uma tarefa operacional e repetitiva.

O salto de produtividade: de horas para minutos

Esse desgaste deixou de ser apenas uma percepção subjetiva. Dados da Thomson Reuters (2025) mostram que uma pesquisa de jurisprudência feita de forma tradicional pode consumir entre 30 e 60 minutos por consulta. Com o uso de IA, esse tempo cai para 5 a 10 minutos.

O ganho é ainda maior na análise do conteúdo. A extração de fatos relevantes e da questão jurídica central, que pode levar de 2 a 4 horas no método manual, é reduzida para 10 a 15 minutos com o apoio da IA.

Na prática, isso significa liberar o advogado para o que realmente gera valor: construir a tese, definir a estratégia e se relacionar melhor com o cliente.

Como a IA funciona na pesquisa de jurisprudência na prática

Ferramentas especializadas em pesquisa de jurisprudência com IA, como a Inspira, mudam a lógica da busca. Em vez de o advogado precisar “traduzir” seu raciocínio jurídico em conectores complexos, ele passa a formular perguntas jurídicas em linguagem natural, como faria ao explicar o caso a um colega.

A IA interpreta o contexto da pergunta, identifica conceitos jurídicos relevantes e localiza precedentes alinhados à tese, reduzindo a necessidade de ajustes manuais e tentativas sucessivas.

Leia mais: Como pesquisar jurisprudência de forma mais inteligente e ágil em 2026

Uma base de dados unificada aplicada à pesquisa

Na rotina tradicional, o advogado precisa consultar diversos sites de tribunais, cada um com sua lógica própria. Esse processo fragmenta o raciocínio jurídico e consome tempo.

A Inspira centraliza essa etapa. Em um único ambiente, o advogado pesquisa simultaneamente em mais de 70 Tribunais, com acesso a um acervo superior a 75 milhões de decisões, atualizadas diariamente. A mesma pergunta é aplicada a toda a base, sem necessidade de abrir múltiplas abas ou adaptar a pesquisa para cada tribunal.

Saiba mais da pesquisa de jurisprudência na Inspira

Do resultado bruto ao entendimento jurídico 

Encontrar decisões relevantes é apenas parte do trabalho. O verdadeiro desafio está em entender rapidamente como os tribunais vêm decidindo sobre determinado tema.

Os insights da Inspira oferecem um panorama decisório em segundos, permitindo identificar tendências e direcionar a análise estratégica. A partir desse contexto, o advogado consegue aprofundar a pesquisa com muito mais precisão.

Com base nesse panorama, o advogado pode selecionar até 30 decisões específicas para análise aprofundada, entendendo:

• O posicionamento de uma câmara,
  
  

• A linha decisória de um Tribunal,
  
  

• Ou o entendimento recorrente de um relator.

Isso reduz o risco de sustentar teses desalinhadas com o histórico decisório e aumenta a qualidade da argumentação jurídica.

Pesquisa de jurisprudência não termina na busca

A pesquisa não termina quando a decisão é encontrada. Um dos maiores desafios é transformar esse resultado em conhecimento para a equipe.

No modelo tradicional, decisões são compartilhadas por e-mail ou mensagens no Teams, perdendo-se facilmente no fluxo do dia a dia. A Inspira trata a jurisprudência como um ativo coletivo, permitindo:

• Criar pastas compartilhadas,
  
  

• Organizar julgados por tese ou tema,
  
  

• Trabalhar de forma colaborativa,
  
  

• Manter o conhecimento centralizado e reutilizável.

Segurança jurídica: quando a fonte importa

Com o avanço da IA, cresce também a preocupação com a confiabilidade das informações. Na pesquisa de jurisprudência, a fonte é determinante.

Na Inspira, as decisões são coletadas diretamente dos Tribunais, e você tem acesso ao PDF original do acórdão, garantindo conferência e segurança. A IA não cria jurisprudência — ela trabalha apenas com decisões reais, verificáveis e auditáveis.

Saiba mais: Analisar processos em IA genérica? Um risco que seu escritório não deveria correr

Quando o tempo volta a trabalhar a favor do advogado

A pesquisa de jurisprudência com IA não substitui o advogado ou a advogada. Ela remove obstáculos. Ao automatizar tarefas operacionais e organizar a informação jurídica, a tecnologia devolve ao profissional aquilo que sempre foi essencial: tempo para pensar estrategicamente.

Quando bem aplicada, a IA se torna uma aliada da advocacia moderna, ampliando produtividade, segurança e qualidade técnica sem abrir mão da análise humana e da responsabilidade profissional.